A lacuna entre gêneros na Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM) tem sido assunto de discussões por décadas. Ainda que a quantidade de mulheres cientistas varie de acordo com a região, menos de 30% do total de pesquisadores do mundo são mulheres. Um estudo recente mostrou que a maior parte das meninas começam a se interessar por CTEM com 11 anos de idade, mas perdem o interesse por volta dos 15 anos. Muitos fatores contribuem para esta discrepância observada entre o número de pesquisadores homens e mulheres, estando estas presentes desde a infância até a conclusão de sua carreira e sendo elas reconhecidamente socioculturais. Muitos pesquisadores concordam que um grande fator impulsionando esta tendência é a falta de modelos femininos em cargos mais altos na academia – a falta de exemplos femininos na área de interesse representa um motivo chave para a desistência na continuidade de meninas e mulheres na ciência. Ainda, outras importantes questões atravessam esta temática, seja por demandas percebidas em edições passadas do projeto, seja por se tratar de assuntos que afetam direta ou indiretamente a participação de mulheres em carreiras de CTEM. Dentro destas questões estão a participação de mulheres nos esportes, gravidez na adolescência, saúde da mulher, direito da mulher, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outros. O Meninas Cientistas do Pantanal é um projeto de extensão da UFMS, Campus de Corumbá, que surgiu em 2021 com o objetivo de proporcionar vivências científicas a meninas do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental II (de escolas públicas e particulares de Corumbá e Ladário), por meio de contato com as mais variadas áreas das Ciências através Oficinas, além da promoção de palestras, rodas de discussão e atividades recreativas que abordem questões ligadas a igualdade e equidade de gêneros na sociedade. O projeto conta, anualmente, com a presença de 40 meninas do Ensino Fundamental II, além de alunas, professoras e técnicas da UFMS e outras pesquisadoras colaboradoras.